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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Brasil estréia no Mundial Sênior com pesos pesados em ação




O judô brasileiro será representado por 17 judocas no maior Campeonato
Mundial Sênior de todos os tempos. São esperados em Tóquio, de 9 a 13 de
setembro, 792 atletas de 101 países (números a confirmar no Congresso Técnico
no dia 8/9 às 2h de Brasília). E os primeiros a pisar no tatame do Ginásio
Nacional de Yoyogi são os pesos pesados Rafael Silva, Walter Santos, Maria
Suellen Altheman e os meio-pesados Luciano Correa e Mayra Aguiar. Para o Brasil
a competição começa no dia 8 às 22h de Brasília (10h do dia 9 de setembro no
Japão).

“Já vivi todas as experiências em um Mundial: fui bronze, fui campeão e
voltei de mão vazia. Essa bagagem me deixa mais tranquilo para lutar”, diz
Luciano Correa, que ficou em terceiro lugar na sua estréia em mundiais, em 2005
no Cairo e venceu em 2007 no Rio de Janeiro. “Do Mundial de Roterdã em 2009
para cá investi bastante na parte técnica, sem descuidar do físico que sempre
foi meu trunfo”, afirma o judoca brasiliense, atleta do Minas Tênis Clube.

A temporada de Luciano em 2010 não deixa mentir. Quinto colocado no
ranking mundial, o meio-pesado brasileiro vem do título no Grand Slam de
Moscou, quando passou pelo japonês Takamasa Anai, atual número um da lista.

“Essa é a prova da minha evolução técnica. Tinha lutado cinco vezes com
o Anai sem conseguir aplicar nenhum golpe. Agora já sei o caminho”, avalia
Luciano. “A maturidade vai ser importante para controlar a cabeça nesse
mundial”, finaliza.

A experiência de Luciano e seus quatro mundiais contrasta com o novato
Rafael Silva, recém saído do time júnior e um dos representantes do Brasil
entre os peso pesados ao lado de Walter Santos (esteve no Mundial 2005).

“Vou encarar esse Mundial como um Grand Slam mais cheio”, decreta
Rafael, 23 anos, ouro nos Jogos Pan-Americanos 2010 e na Copa do Mundo de
Madrid, além de prata na Copa do Mundo de São Paulo também este ano. “O clima está
ficando pesado”, brinca o atleta do Pinheiros/SP, 24o do ranking
mundial, referindo-se ao fato de encontrar diariamente no hotel seus
adversários na categoria. Walter Santos, da Sogipa/RS, é o 21o do
ranking.

Mas é da convivência com atletas consagrados como Luciano Correa, Flávio
Canto, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro que os novatos se inspiram.

“Converso muito com eles esses dias”, reconhece Rafael, animado pelo
fato de lutar no Japão, o berço do judô mundial.

“Sempre que posso ouço a experiência da Rosi (Rosicleia Campos, técnica
do feminino) e do Honorato (Carlos Honorato, medalhista olímpico e mundial e
seu namorado)”, diz a outra estreante do dia, Maria Suellen Altheman, 22 anos e
medalhista de prata no Grand Slam do Rio de Janeiro 2010. “Honorato sempre fala
para, na hora da luta, eu só me preocupar comigo e confiar que sou melhor”,
conta a 15a colocada do ranking mundial, atleta da Associação de Judô
Rogério Sampaio/SP.

Prata (2008) e bronze (2009) no Campeonato Mundial Júnior, a gaúcha Mayra
Aguiar volta o Mundial Sênior depois de ficar afastada por cirurgia no joelho
entre 2008 e 2009. Seu último foi no Rio 2007.

“Mudou muita coisa de lá para cá: as regras do esporte, a minha
categoria... acho que todas as mudanças foram para melhor”, diz a judoca da
Sogipa/RS, bronze no Grand Slam do Rio de Janeiro e ouro na Copa do Mundo de Budapeste,
ambas em 2010, já na categoria até 78kg. Mayra ocupa a 14a colocação
no ranking mundial.

Esse será o primeiro Campeonato Mundial já valendo pontos para o ranking
de classificação olímpica (ouro 500 pontos, prata 300 pontos, bronze 200
pontos, quinto lugar 100 pontos, sétimo lugar 80 pontos). Se os Jogos de
Londres fossem hoje, todos os atletas convocados para Tóquio estariam dentro do
índice determinado (entre as 13 melhores no feminino e os 22 melhores do mundo
no masculino, em alguns casos, levando em consideração os descartes).
Diferentemente dos anos anteriores, a vaga para Londres 2012 são do atleta e não
mais do país. Por conta disso, a Federação Internacional de judô autorizou a
participação de dois atletas por país em todas as categorias. O Brasil vai com “chance
dobrada” de medalha no meio-médio masculino (Flávio Canto e Leandro Guilheiro),
médio masculino (Tiago Camilo e Hugo Pessanha) e pesado masculino (Walter
Santos e Rafael Silva). Os convocados são: Felipe
Kitadai (60kg), Leandro Cunha (66kg), Bruno Mendonça (73kg), Leandro Guilheiro
e Flávio Canto (81kg), Tiago Camilo e Hugo Pessanha (90kg), Luciano Correa
(100kg), Walter Santos e Rafael Silva (+100kg); Sarah Menezes (48kg), Erika
Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portella
(70kg), Mayra Aguiar (78kg) e Maria Suellen Altheman (+78kg).

O Brasil soma 19 medalhas em Campeonatos Mundiais Sênior de Judô: 4
ouros, 2 pratas e 13 bronzes. Nas duas últimas vezes em que o Campeonato
Mundial Sênior foi disputado no berço do judô mundial, o Brasil subiu ao pódio:
bronze em Osaka 2003 com Mario Sabino, Carlos Honorato e Edinanci Silva e
bronze em Tóquio 1995 com Danielle Zangrando.

Manoela Penna, de Tóquio

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