No Pan-Americano do Rio de Janeiro, Tiago Camilo fez três lutas, ficou no tatame por menos de dois minutos (1min59s) e conquistou o ouro. Quatro anos depois, ele foi três vezes mais lento, mas o resultado foi o mesmo. Nesta quinta-feira, ele levou a medalha de ouro na categoria até 90 kg após bater o cubano Asley Gonzalez na decisão.
O tempo somado de suas três lutas não foi alto, chegando a um total de 6min40s, mas ficou longe dos 1min59s de 2007. Em sua estreia no México, precisou de 2min46s para bater o canadense Alexandre Emond, por ippon. Depois, outro ippon, sobre o mexicano Isao Cardenas em 2min10s. O terceiro golpe perfeito veio contra Gonzalez, na final, com 1min44s.
"Cada competição tem suas características e suas lutas. Acima de tudo, eu estava querendo vencer, estava precisando desse resultado. Então, isso dá uma paz de espírito muito grande", comemora Tiago. A paz de espírito tem a ver com os resultados do atleta desde o fim de 2009, quando subiu, definitivamente, dos 81 kg para os 90 kg.
Em pouco mais de dois anos, ele só venceu duas competições, a Copa do Mundo de Madrid, em junho de 2010, e os Jogos Mundiais Militares, no Rio, em julho de 2011. "Estava faltando uma conquista nessa categoria depois que subi. Tive resultados em todas as competições, mas não fui bem nos Campeonatos Mundiais. Esse titulo me coloca de novo no cenário. É muito bom vencer, ouvir o hino nacional tocar. É muita confiança para seguir nas próximas competições rumo a Londres", continua.
O título no México ajuda a salvar uma temporada que não foi das melhores. Em sua principal competição do ano, o Mundial de Paris, parou nas oitavas de final. “Foi frustrante. Fui para lá com o objetivo de ser medalhista e acabei ficando nas oitavas. Mas o mais importante é analisar a maneira como lutei, por individual e por equipes. Tem algumas que podem ser melhoradas, mas no grosso fiz uma boa competição”, analisa.
Nesse contexto, o Pan serviu para recuperar a boa forma. “Quero vencer todas as competições, mas o Pan é diferente. São os Jogos Olímpicos das Américas, a emoção é muito grande. Você vivencia o espírito olímpico. E isso é bom porque mexe com o atleta. Você sai de uma competição vencedor, olha para trás e vê que tudo o que passou valeu a pena”, completa.
Tiago e Hugo Pessanha lutam, ponto a ponto, pela vaga do Brasil nos 90 kg para as Olimpíadas de Londres. Apesar de ter aberto mão de disputar três etapas do circuito mundial durante a preparação para Guadalajara-2011, ele segue na frente do rival no ranking da FIJ (Federação Internacional de Judô): 820 pontos.
Bruno Doro
Em Guadalajara (México)
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