O judô feminino brasileiro escreveu neste sábado (18), no Maracanãzinho, mais um capítulo da sua vitoriosa história. Erika Miranda (52kg) conquistou a primeira medalha de ouro de uma brasileira em etapas do grand slam e faturou 300 pontos no ranking olímpico para os Jogos de Londres 2012. Sarah Menezes (48kg) e Rafaela Silva (57kg) ficaram com a medalha de prata e também somaram pontos importantes na caminhada olímpica. Com o vice-campeonato, as duas judocas garantiram 180 pontos na lista.
O Grand Slam de Judô do Rio de Janeiro continua neste domingo, a partir das 10h, com as categorias 70kg, 78kg, +78kg, 81kg, 90kg, 100kg e +100kg.
O ouro de Erika Miranda foi conquistado com vitória de yuko sobre Rosalba Forciniti, da Itália. Antes, a brasileira venceu por yuko pela finlandesa Jaana Sundberg, depois, venceu com um ippon a medalhista olímpica de Cuba Yanet Bermoy, e, na semifinal, bateu, também por ippon, a espanhola Laura Gomez.
Já Sarah Menezes foi vice-campeã após ser superada por yuko pela japonesa Haruna Asami. Na primeira rodada, Sarah venceu a israelense Roni Schwartz por ippon. Na segunda luta, fez um duelo brasileiro e levou a melhor sobre Taciana Lima com um ippon. Na semifinal, vitória por wazari sobre a belga Charline Van Snick.
A prata de Rafaela Silva veio com uma estreia com vitória por yuko sobre a americana Marti Malloy. Na rodada seguinte, bateu com um ippon a medalhista mundial da Áustria Sabrina Filzmoser. Na semifinal, yuko sobre a campeã mundial Morgane Ribout, da França. Na decisão. Rafaela perdeu por ippon para a romena Corina Caprioriu.
O ouro deste sábado só foi conquistado porque Erika Miranda nunca desistiu do sonho de vencer no judô. Em 2008, após ser cortada das Olimpíadas de Pequim, Erika aprendeu que o resultado vem com muita paciência e perseverança.
“Eu poderia ter desistido de tudo após ser cortada de uma Olimpíada por causa de uma lesão. Mas usei isto para aprender a ter paciência e saber que as coisas acontecem na hora certa. Bati na trave em várias competições e hoje fui premiada com a medalha de ouro no Grand Slam”, diz Erika Miranda, que comemorou com a família a medalha. “Eles são minha vida”.
Sarah Menezes levará o resultado do Grand Slam do Rio como aprendizado. Na luta contra a japonesa Haruna Asami, a brasileira sentiu a diferença de força contra a adversária.
“Estou feliz com o resultado. Ela é muito forte e senti a diferença na final. Conquistei o bronze no Grand Slam de Paris e, agora, a prata aqui no Rio. Quero que o ouro venha no Grand Slam de Tóquio, em dezembro, de preferência com uma vitória sobre a Asami dentro da casa dela”, afirma Sarah.
Rafaela Silva ainda é atleta da categoria Sub 20 e, como toda adolescente, não escondeu os sentimentos após a derrotada para a romena Corina Caprioriu se derramou em lágrimas.
“Estava bem na luta e só faltou um pouco de atenção na final. Qualquer atleta fica triste com uma derrota. Mas, com certeza, a prata é boa, pois vejo que meu treinamento está dando resultado”, diz Rafaela Silva.
Para a técnica da seleção feminina, a satisfação em ouvir o hino nacional numa competição no Brasil é especial.
“Não tem como não se emocionar. Foi lindo. Principalmente porque o dia do corte da Erika nas Olimpíadas de Pequim foi o mais triste da minha vida. Ver ela agora no alto do pódio é muito gratificante. Ela e toda a seleção feminina são verdadeiras guerreiras. As medalhas da Sarah e da Rafaela também devem ser comemoradas. Mas também servem para nos mostrar o caminho para acertar os pequenos detalhes”, diz Rosicléia Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário