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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Com Guilheiro em alta, Brasil disputa seu Grand Slam já pensando em 2012



O Grand Slam do Rio de Janeiro começa neste sábado com uma série de estrelas estrangeiras e um brasileiro favorito. Dentro da seleção verde-amarela, quem mais brilhou em 2010 foi o medalhista olímpico Leandro Guilheiro. E em uma categoria diferente.

Desde o fim do ano passado, ele está mais pesado, lutando entre os médios. Com resultados positivos, lidera os brasileiros na corrida por uma vaga olímpica. Desde o Grand Prix da Tunísia, no mês passado, em que foi Guilheiro foi vice-campeão, os pontos conquistados já valem para a classificação para os Jogos de Londres.

Se antes encarava rivais que tinham de se apresentar com 73kg na balança, agora os brutamontes do outro lado do tatame têm até 81kg. São mais pesados e mais altos. Mesmo assim, o paulista de 25 anos segue lutando como se os rivais fossem menos poderosos.

Os resultados estão muito melhores. No ano passado, ele só venceu competições na América do Sul. Foi campeão da Copa do Mundo de Belo Horizonte e do Pan-Americano de Buenos Aires. Em Grand Slams, o circuito de maior importância no planeta, foi vice-campeão da etapa do Brasil e quinto em Moscou.

Contra os grandalhões dos meio-médios, a história melhorou. Em seis meses, conquistou o Grand Slam de Paris, seu primeiro ouro no tradicional torneio francês, e foi bronze na Copa Jigoro Kano, evento tradicional que vale como etapa japonesa do circuito. Além disso, foi prata no Grand Prix de Tunis, na Tunísia, perdendo apenas para o campeão olímpico Ole Bishof.

O segredo para o sucesso na nova categoria, segundo Guilheiro, não é nenhuma novidade: sem precisar se preocupar em manter os 73kg dos leves, ele ganhou tranqüilidade para trabalhar o corpo. Detalhe importante para quem é conhecido por suas lesões: após suas duas medalhas de bronze olímpicas (Atenas-2004 e Pequim-2009), ele passou por operações sérias. Já entrou na faca mais de cinco vezes.

“Eu já estava sentindo a necessidade de subir de peso há algum tempo e agora foi o momento ideal. Para o meu corpo, fica mais fácil. Eu posso fazer a prevenção de lesões com mais facilidade”, conta o lutador, que ainda não ganhou os oito quilos que separam sua ex-categoria da atual. “Esse processo vai ser feito com calma. Não dá para ganhar de peso de uma vez, posso voltar a me machucar”, diz o lutador.

A diferença de peso, porém, não tem feito muita diferença. A de altura também não. Com 1,77m de altura, ele estava entre os mais altos dos leves. Nos meio-médios, não é dos mais baixos, mas enfrenta muito mais gigantes do que antes. “Eu sempre gostei de lutar com caras mais altos. Para mim não é problema”, conta.

Com os bons resultados, Leandro já é o melhor brasileiro no ranking mundial dos meio-médios. Ele é o 9º do mundo, à frente de Flávio Canto (14º) e Nacif Elias (22º), que lutam com 81kg há muito mais tempo. Os três vão lutar no Rio de Janeiro. A categoria, a mais aguardada do público carioca pela presença de Canto, será disputada no domingo.

No sábado, a atração é a melhor atleta de 2009 para o Comitê Olímpico Brasileiro. Sara Menezes, vencedora do Prêmio Brasil Olímpico, é a 7ª colocada do ranking mundial dos ligeiros (48kg) e vem de pódio na Copa Jigoro Kano. Além disso, lutam também Érika Miranda (52kg) e Rafaela Silva (57kg), ambas top-10 do mundo em suas categorias.

A programação do Grand Slam brasileiro começa às 9h30 no Maracanãzinho. As finais são disputadas a partir de 16h30. Serão disputadas as categorias 60kg, 66kg e 73kg no masculino e 48kg, 52kg, 57kg e 63kg no feminino.

Bruno Doro
Em São Paulo

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