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sábado, 22 de maio de 2010

Novas regras do judô destravam combates e facilitam ippons

O público que acompanhar a etapa do Rio do Grand Slam de judô, disputada sábado e domingo, no Maracanãzinho, no Rio, assistirá a um maior número de combates definidos por ippon (‘golpe perfeito’’ que encerra a luta) do que na edição passada.

É isso que mostram as estatísticas de competições de alto nível técnico que tiveram edições antes e depois da mudança de regras, pensada para imprimir um maior dinamismo ao esporte. As mudanças ocorreram no meio do ano passado.

Na etapa de Paris do Grand Slam deste ano, foram disputados 226 lutas no masculino e 132, ou 58% delas, acabaram decididas por meio de ippon, quando um lutador . Esse percentual foi menor no ano passado, 51%. Em 223 combates entre os homens, 114 foram definidos por ippon.

Ao comparar o Europeu deste ano com a edição passada, a diferença percentual é maior. Em 2009, foram 79 ippons em 173 duelos, percentual de 46%. Neste ano, em 205 combates, 117 ippons, ou 57%. Um crescimento percentual de 11%.

Na raiz do crescimento do número de ippons, estão as novas regras, que propiciam que os lutadores mais técnicos desenvolvam melhor suas lutas. A principal foi a proibição da pegada abaixo da linha de cintura que travava os combates. Quem ganhou com isso foram lutadores de técnica apurada, como os brasileiros Tiago Camilo (categoria até 90 kg) e Leandro Guilheiro (até 81 kg).

‘A luta voltou a ser de pé. Isso valorizou os golpes executados com técnica e quem tem um bom jogo de pernas’’, argumenta Douglas Vieira, um dos técnicos da seleção brasileira.

‘As regras mudaram, mas meu poder de ataque não foi prejudicado’’, explica Guilheiro, que compete no Rio depois de três pódios seguidos, nos Grand Slams de Tóquio (bronze) e Paris (ouro) e na Copa do Mundo da Tunísia (foi prata). No Grand Slam francês, o judoca brasileiro definiu todos os seus combates por ippon.

Ele cita outras mudanças que deram mais dinâmica às lutas. ‘A extinção do koka [pontuação mais fraca do judô], a sequência do combate, mesmo quando um lutador estiver fora da área de luta, tudo ajuda.’’

Se as novas regras beneficiaram alguns, outros se adaptam. Caso de Nacif Elias (até 81 kg), que tinha a catada de pernas e o abraço, também banido, como peças principais de seu repertório. ‘Foi uma revolução, tive de mudar minha técnica para um estilo mais japonês, com mais quedas, mais recursos.’’

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