quarta-feira, 12 de maio de 2010
Diretor de esportes britânico defende a liderança dos técnicos no processo de formação de atletas
O uso das mais avançadas tecnologias e dos recursos da Ciência do Esporte pode e deve estar a serviço da formação de um atleta de alto rendimento. Porém, todas as ferramentas só farão a diferença neste processo se estiverem totalmente integradas a um projeto liderado por um treinador de primeira linha. A afirmação foi feita por um dos maiores especialistas na formação de atletas olímpicos do mundo, Clive Woodward, diretor de alto rendimento da Associação Olímpica Britânica (BOA), durante a segunda edição do Seminário de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), realizado nesta quarta-feira, dia 12, no Rio de Janeiro. "A Ciência do Esporte faz a diferença, principalmente quando o limite entre a vitória e a derrota é mínimo. Porém, esta é uma ferramenta que tem que dar suporte às decisões do treinador, e não tentar provar que o técnico está errado", afirmou Woodward, que foi responsável pela preparação da delegação inglesa para os Jogos Olímpicos de Pequim-08.
O Seminário de Desenvolvimento Esportivo do COB reuniu representantes dos Estados Unidos, Grã Bretanha, Canadá e Austrália que, durante todo o dia, transmitiram conhecimento à comunidade esportiva brasileira. Estiveram presentes membros do COB, Confederações Brasileiras Olímpicas, Governo Federal, Clubes, atletas e ex-atletas, como Janeth Arcain, Cassius Duran e Nalbert Bitencourt. O objetivo do evento foi apresentar, analisar e discutir experiências de sucesso para alinhar o planejamento das Confederações Olímpicas para as próximas edições de Jogos Olímpicos. Entre os palestrantes, estiveram presentes o americano Steve Roush, consultor esportivo do COB e ex-diretor de alto rendimento do Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC), Andy Hurt, diretor executivo do BOA, e Kristin Collins, gerente de alto rendimento para Tecnologia de Performance do Comitê Olímpico Canadense, entre outros.
"O COB aposta na qualificação dos quadros do esporte olímpico brasileiro e essa foi a nossa intenção em trazer estes especialistas ao Brasil. Para crescer, temos que aprender com as melhores experiências e por isso viajamos bastante atrás das melhores práticas. Desta vez fizemos o movimento contrário e procuramos dividir esta experiência entre todos", explicou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB. Marcus Vinícius informou também que firmou uma parceria com a Associação Olímpica Britânica para transferência de conhecimento visando a preparação da delegação brasileira para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Dentre as conclusões apresentadas nas diversas palestras e mesas-redondas realizadas durante o Seminário, o consenso foi para que o Brasil aproveite a oportunidade da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para se firmar como uma referência internacional em esportes olímpicos; além da criação de uma plataforma sustentável para o desenvolvimento do esporte brasileiro para o período posterior aos Jogos Olímpicos do Rio. "Realizar uma edição de Jogos Olímpicos é uma oportunidade para que o esporte entre na agenda de uma nação. É uma responsabilidade que chega junto com uma grande oportunidade", afirmou David Tanner, gerente de Vela da Associação Olímpica Britânica.
"O intercâmbio é essencial para o desenvolvimento em qualquer área de atuação. Em termos de esporte, essa troca de informação com modelos de sucesso internacional é um caminho a ser seguido, pois acrescentará muito na elaboração de um planejamento", afirmou Nalbert, campeão olímpico de vôlei em Atenas 2004. "Estarmos próximos desses países com uma grande história olímpica traz uma grande aprendizado. Iniciativas como esta, que promovem a troca de informação, nos ajudam a diminuir o caminho até os bons resultados. Essa é a chave do sucesso", acrescentou Janeth, campeã mundial no basquete em 1994 e medalhista de prata em Atlanta 1996 e de bronze em Sydney 2000.
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